BC trabalhará para baixar os juros e cortar subsídios, diz Campos Neto

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou hoje durante a cerimônia de transmissão de cargo que o governo trabalhará por juros mais baixos e para reduzir a concessão de subsídios.

"A intermediação financeira no Brasil tem de se libertar das amarras que a prendem ao governo. O mercado precisa se libertar da necessidade de financiar o governo e se voltar para o financiamento ao empreendedorismo", disse.

Campos Neto afirmou que é necessário avançar nas mudanças para desenvolver o mercado de capitais e garantir o o aos investidores brasileiros, estrangeiros, as famílias e as empresas. Conforme ele, esse esforço contribuirá para um país melhor.

"Vamos simplificar e desburocratizar o o aos mercados financeiros para todos e dar um tratamento homogêneo ao capital, independentemente de sua nacionalidade ou se provém de um grande ou de um pequeno investidor", disse.

Campos Neto assume o comando do BC em substituição a Ilan Goldfajn, que ocupava o cargo desde junho de 2016.

Juros subsidiados não salvaram a economia, diz Campos Neto

O presidente do BC também declarou que a redução da taxa básica de juros a 6,5% ao ano mostrou como algumas distorções atrapalham o desenvolvimento do país. "Um exemplo dessas distorções são os programas de empréstimos a juros subsidiados, principalmente por meio do BNDES", afirmou.

Campos Neto afirmou que as empresas que tiveram o aos recursos subsidiados do BNDES não aumentaram os investimentos.

"Além disso, os pagamentos antecipados por parte das empresas de empréstimos de longo prazo obtidos junto ao BNDES ressaltam a natureza de tesouraria de parte dessas operações, que deixaram de ser atrativas com a redução do diferencial entre a TJLP [Taxa de Juros de Longo Prazo, usada em empréstimos do BNDES] e a Selic", afirmou.