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Economia

Bolsonaro lamenta independência da Petrobras e volta a citar privatização

"Estamos buscando maneiras de, da nossa parte, ficar livre da Petrobrás", afirmou - Reprodução/Youtube/Foco do Brasil — "Estamos buscando maneiras de, da nossa parte, ficar livre da Petrobrás", afirmou Imagem: Reprodução/Youtube/Foco do Brasil

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

06/11/2021 14h49

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou a alta dos combustíveis no Brasil quando afirmou que, "infelizmente", a Petrobras é "independente". A petroleira tem feito aumentos sucessivos de preços nas refinarias que, ao final, têm resultado em encarecimento da gasolina para o consumidor. Ao mesmo tempo em que criticou a "independência" da empresa estatal, Bolsonaro voltou a defender a privatização da Petrobras.

As declarações foram dadas neste sábado (6), em Ponta Grossa (PR). Bolsonaro fez uma motociata entre Piraí do Sul (PR) e o Ponta Grossa.

"Sabemos da inflação, do aumento do combustível", iniciou o presidente, ao final do evento. "Sabemos da Petrobras. É independente, infelizmente, independente. Estamos buscando maneiras de, da nossa parte, ficar livre da Petrobras. Funciona bastante. Quem sabe a partir daí partir para a privatização."

O presidente ponderou que "isso não é mole". Lamentou mortes ocorridas na pandemia de coronavírus e os danos colaterais na economia causado pelas medidas usadas para preservar vidas com uso de isolamento físico na sociedade.

As declarações de hoje de Bolsonaro vão na contramão do Ministério da Economia. Na sexta-feira (5), a pasta disse à Petrobrás que não havia estudos para privatizar a estatal (/noticias/reuters/2021/11/05/governo-diz-a-petrobras-que-nao-ha-estudos-para-privatizacao.htm)

Desde janeiro, os sucessivos aumentos realizados por decisão da Petrobras repercutiram no bolso dos consumidores. Encher o tanque de um automóvel ficou R$ 87 mais caro.

Apesar de realizar esses aumentos, a Petrobras fez campanha para dizer que só seria responsável por uma parte do preço.

PEC vai "dobrar o Bolsa Família", diz Bolsonaro

Hoje, Bolsonaro ainda defendeu a PEC dos Precatórios, que permite parcelar dívidas não pagas do governo perante cidadãos e empresas. Ele destacou que o objetivo é levantar dinheiro "para dobrar o Bolsa Família".

Ele justificou a medida pelo fato de o país viver em tempos de inflação de combustíveis e alimentos. Mas disse que a culta do aumento de preços foi o isolamento social utilizado principalmente no ano ado para preservar vidas e evitar mais mortes por covid-19.

Bolsonaro destaca novas vagas no Supremo

Bolsonaro defendeu que seu governo fez mudanças benéficas à população, mas disse que elas acontecem aos poucos. Como exemplo, disse que "o Judiciário também tem renovação". "Quem se eleger presidente no ano que vem indica dois ministros do Supremo [Tribunal Federal]", afirmou.

Em grupos de whatsapp, participantes da motociata reclamavam do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). Ele foi vaiado ao lado de Bolsonaro nesta semana.

Atento às divergências entre seus aliados, Bolsonaro disse que "cada um tem a sua opinião sobre ele", mas destacou que "o contato com ele tem sido excelente".

- Após compromissos no Paraná
- Piraí do Sul - 6 Nov 21 pic.twitter.com/xI7XA81jc1
-- Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 6, 2021

Bolsonaro mencionou que, no ado, havia vários escândalos de corrupção por semana. Ele afirmou que, agora, não há "nenhum escândalo ao longo de três anos". Ao contrário do que disse o presidente, em 2020, o UOL levantou sete casos de corrupção, irregularidades e demais casos de crime de colarinho branco ligados ao governo federal. O próprio Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal por suspeita de corrupção iva.

O presidente afirmou que os governos de esquerda só trouxeram malefícios ao país, inclusive a suposta divisão da sociedade, entre homens e mulheres, brancos e negros. O presidente disse que combate a chamada "ideologia de gênero", teorias que tratam da homossexualidade.