Mídia e Marketing #149: Icaro Doria, copresidente e CCO da DM9

Como fazer com que os consumidores se tornem fãs da sua marca? E a tecnologia tem feito a publicidade deixar de trabalhar com a persuasão para lidar com a manipulação?

O programa Mídia e Marketing desta semana recebe Icaro Doria, copresidente e chefe de criação da agência DM9 - confira a entrevista acima, na íntegra.

Icaro, que trabalhou por 17 anos no mercado publicitário norte-americano, voltou ao Brasil no semestre ado para comandar a área criativa da DM9, icônica agência que voltou a funcionar no país depois de um hiato de 4 anos.

O criativo fala sobre a relevância dos influenciadores nas campanhas publicitárias e como é importante que as marcas se autoconheçam.

"Primeiro você tem que entender quem você é, o que representa para as pessoas e o que consegue fazer com isso. Esse autoconhecimento é fundamental em qualquer aspecto na área de marketing. É difícil, mas é fundamental", diz (a partir de 28:47).

A tecnologia tem feito a publicidade deixar de trabalhar com a persuasão para lidar com a manipulação? Doria fala sobre como encara essa mudança.

"A publicidade é uma das carreiras mais honestas que existe: você declara desde o começo que está ali para vender alguma coisa para alguém. Aos poucos, com algumas tecnologias, a gravidade puxou para um lado que não me interessa tanto. Antes você trabalhava na arte da persuasão. Hoje, existem muitos aspectos que acabam puxando para arte da manipulação. Eu sou um purista em relação à arte da persuasão, de apresentar uma história e fazer com que as pessoas escolham aquilo", diz (a partir de 22:13).

E por que as marcas não se posicionaram sobre o momento político do país?

"As marcas não se posicionam porque não conseguem controlar o que se fala dalas, porque às vezes são temas que, de fato, não são o lugar onde uma marca se manifestar, ou se fica difícil conciliar as opiniões de quem trabalha na empresa", declara (a partir de 26:42).

"Há uma frase do Bill Bernbach, um dos fundadores da publicidade criativa mundial, em que ele fala que existem pessoas que vão ser pela sua marca e contra sua marca. Isso está tudo bem. O problema é quando as pessoas não são nem a favor nem contra, porque aí você entra num ostracismo e ninguém se importa com a sua existência" (a partir de 26:01).

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